Artistas completas, capazes de iluminar a ribalta, capturar a emoção e arrebatar a plateia. Anne-Sophie Mutter, Jacqueline du Pré, Martha Argerich e Maria Callas! Glamour, sofisticação e espetáculo na passagem do Dia Internacional da Mulher.

 

Martha Argerich, um piano em chamas



A pianista argentina, naturalizada na Suíça, Martha Argerich é considerada um dos maiores expoentes do período pós-guerra. Tendo sua maneira de tocar considerada selvagem, de um jeito bom, ela impressiona pela intensidade e força com as quais executa suas peças. Dona de uma certa excentricidade, Martha nunca foi muito próxima a imprensa ou a publicidade, o que afastou-a das câmeras durante quase toda a sua carreira, tendo dado também poucas entrevistas. Talvez por isso seja menos conhecida do "grande público" que outros artistas de envergadura semelhante. No entanto, em seu segmento é reconhecida como uma das maiores pianistas virtuosas de seu tempo.



Arguerich casou-se três vezes, e em cada uma das uniões teve uma filha. São elas: a violista Lyda Chen, Annie e Stephanie que é fotógrafa. Martha também é grande amiga do pianista brasileiro Nelson Freire, com quem tocou em duo em vários recitais. Já se produziu muitas obras cinematográficas falando sobre essa personalidade tão marcante, em 2002, o diretor francês Georges Gachot fez um documentário sobre a pianista - Martha Argerich, conversation nocturne (2003), no qual ela conta suas memórias, faz confidências sobre suas dúvidas e transmite seu apetite pela produção musical. Mais recentemente, em 2014, sua filha Stephanie dirigiu “Bloody Daughter”, ou Martha Arguerich – Meu sangue, onde fala de sua relação com a mãe, expondo o lado humano e materno da artista, além da relação de se ter uma celebridade em casa.


Trecho do documentário Bloody Daughter:



A palavra que define Martha Arguerich definitivamente não é quietude, e sim movimento, um movimento que transforma, assim como as chamas do fogo o fazem com a matéria da qual se alimentam. Ela inspira a sua plateia a terem essa experiência de total imersão na música, com emoções tão vívidas que podem até ser enxergadas pelos gestos corporais da artista. Arguerich toca como só alguém que vive e sente pode fazer.