Ficção, realidade e música incidental para o cinema e para a TV é o que você vai ouvir neste programa do Pauta Musical. The Royal Philharmonic Orchestra regida por Yuri Simonov e BBC Philarmonic regida por Vassily Sinaisky, na interpretação da suite sinfônica Lieutenant Kijé, de Sergei Prokofiev, da suite The Golden Mountains e da primeira gravação de Volochayev Days, de Dmitri Shostakovich.

 

 

O Tenente Kijé foi um dos primeiros filmes sonoros feitos na União Soviética. O filme é uma comédia sarcástica sobre a burocracia imperial russa. Um erro de grafia ao redigir uma carta oficial faz nascer o Tenente Kijé, enquanto isso, no palácio imperial russo um problema acontece e o czar Paul I exige saber o culpado. Após ler a lista com o erro de caligrafia o czar fica intrigado e pergunta quem é o tal tentente Kijé. Com medo de admitir o erro na carta e sem achar o culpado pelo problema inicial, unindo o útil ao agradável, os oficiais resolvem culpar o Kijé. O czar então o manda para exílio na Sibéria. Após aparecer o verdadeiro culpado, czar ordena que Kijé seja reintegrado na corte imperial com o posto de coronel, e os oficiais se vêem obrigados a levar a mentira a diante. Eles inventam que Kijé se casa, então ele ganha terras e dinheiro, e é promovido a general e comandante do exército. Quando o czar exige finalmente vê-lo os oficiais tiveram que inventar a sua morte, e assim, ganhou uma grande cerimônia funeral, com todas as honras. Posteriormente, o czar exige o retorno das fortunas dadas a Kijé, mas os oficiais que a roubaram inventam que ele gastou tudo, assim, Kijé termina sua existência acusado de ladrão do império e, mesmo morto, é rebaixado na sua carreira militar.

 

 

Pôster do filme Tenente Kijé, de 1934

 

A primeira versão publicada da história foi escrita por Vladimir Dahl, em um pequeno artigo na revista Russkaya Starina em 1870, no qual ele conta o relato de seu pai, Jochan Christian von Dahl. Baseado na história de Dahl, Yury Tynyanov publicou um romance em 1928. Em 1934 foi lançado o filme dirigido por Aleksandr Faintsimmer, com o roteiro feito pelo próprio Yury Tynyanov e a trilha sonora feita por Sergei Prokofiev, trilha essa que ficou mais famosa que o próprio filme.

 

Assista o filme completo aqui:

 

 

Sergei Sergueievitch Prokofiev nasceu na Ucrânia, parte do Império Russo, em abril de 1891. Desde de criança mostrou talento para música. Aos 9 anos de idade compôs sua primeira ópera, O Gigante. Aos 11 anos se mudou para São Petersburgo, com o objetivo de estudar música. Se destacou como pianista, compositor e jogador de xadrez.

 

 

Prokofiev levou sua música para o mundo, fez turnês, esteve em vários países e junto com Shostakovitch, foi uma das figuras mais importantes da música soviética.

 

Suas obras mais conhecidas são o balé Romeu e Julieta, as óperas O Amor das Três Laranjas e Guerra e Paz, a composição infantil Pedro e o Lobo e duas trilhas sonoras para filmes de Sergei Eisenstein, a de Alexander Nevsky e a de Ivan, o Terrível.

 

Em 1941, com apenas 50 anos, o compositor sofreu o primeiro de uma série de infartos, resultando numa piora gradual de saúde e numa queda de sua produção.

 

Em 1948, uma resolução do Partido Comunista condenou “tendências antidemocráticas” e suas obras foram podadas pelo Realismo Soviético.

 

Ele morreu aos 61 anos em 5 de março de 1953, no mesmo dia que Stálin, mas, exatamente, uma hora antes.

 

Selo marcando o centenário de Prokofiev em 1991