No diapasão da Semana Santa, afinado com o espírito cristão da celebração e na interpretação de renomados artistas internacionais, o repertório contempla uma seleção de excertos da Paixão Segundo São Mateus de J.S.Bach e do Stabat Mater de Vivaldi, de Pergolesi e de Scarlatti.

 

 

Johann Sebastian Bach (1685-1750)

 

Bach é considerado um dos mais importantes artistas da história da música. Faz parte da tríade dos maiores músicos eruditos ao lado de Beethoven e Mozart.

 

Nasceu em Eisenach, Alemanha, no dia 21 de março de 1685. Filho de um professor de violino e viola. Luterano de formação ficou órfão de mãe aos nove anos e de pai aos dez, indo morar com seu irmão mais velho, Johann Christoph, organista da Igreja de São Miguel, em Ohrdruf, onde aprendeu a tocar cravo e órgão.

 

Detalhe de retrato de Bach, de 1748, pintado por Elias Gottlob Haussmann

 

A Paixão Segundo São Mateus foi escrita por Bach, provavelmente, em 1727. A obra foi apresentada pela primeira vez na Sexta-feira da Paixão de Thomaskirche, Igreja de São Tomás, em Leipzig. Em latim: Passio Domini nostri Jesu Christi secundum Evangelistam Matthaeum, conhecida na Alemanha pelo nome de Matthäuspassion, é uma oratória que representa o sofrimento e a morte de Cristo segundo o Evangelho de São Mateus.

 

Com uma duração de mais de 2 horas e meia é a obra mais extensa do compositor e se torna uma das obras mais importantes de Bach. A Paixão segundo São Mateus consta de duas grandes partes constituídas de 68 números, em que se alternam coros, corais, recitativos, ariosos e árias.

 

A obra não foi ouvida fora de Leipzig até 1829, quando Felix Mendelssohn apresentou uma versão abreviada em Berlim, com grande aclamação. A redescoberta da Paixão segundo São Mateus através de Mendelssohn conduziu a música de Bach à atenção pública e acadêmica que persiste até os dias atuais.

 

Segue uma apresentação completa da A Paixão Segundo São Mateus, interpretada pelo Coro e Orquesta do Collegium Vocale Gent.

 

 

Orquestra Filarmônica de Viena

 

Orquestra Filarmônica de Viena (Foto: Benedikt Dinkhauser)

 

No programa ouvimos A Paixão Segundo São Mateus interpretada pela Orquestra Filarmônica de Viena. Criada em 1842 a orquestra austríaca é regularmente considerada umas das melhores orquestras do mundo Sua residência é o Musikverein. Os membros da orquestra são escolhidos da Ópera Estatal de Viena. Esse processo é longo, pois cada músico tem que provar sua capacidade por no mínimo três anos, tocando na Ópera ou no Balé.

 

A Filarmônica foi nomeada a melhor orquestra da Europa diversas vezes. Para assistir um concerto da Filarmônica no Musikverein, a pessoa tem que deixar seu nome no site, em uma fila de espera. A lista de espera para o concerto de meio de semana é de seis anos e treze anos para concertos de fim de semana. Casualmente, tickets são liberados no site, em pequeno número.

 

A orquestra é tão popular e famosa, que são produzidas moedas em sua homenagem, sendo essas as mais famosas do mundo, com valores que vão de um dólar a cem mil dólares. De acordo com o Conselho de Ouro Mundial, as moedas foram as moedas de ouro mais vendidas nos anos de 1992, 1995 e 1996.

 

Wilhelm Furtwängler

 

Furtwängler, em Berlim, em 1930

 

A Orquestra Filarmônica de Viena foi guiada pelo maestro Wilhelm Furtwängler, nasceu no dia 25 de janeiro de 1886, se tornou um maestro e compositor alemão, considerado um dos maiores regentes do século XX. Foi titular da Orquestra Filarmônica de Berlim durante o período nazista da história da Alemanha.

 

Em 1933 a 1945 foi o maestro principal da Orquestra Filarmônica de Viena e depois de um tempo voltou a conduzi-la, de 1947 a 1954. Furtwängler morreu em Ebersteinburg, no dia 30 de novembro de 1954, ou seja, a última orquestra que foi regida pelo renomado maestro, foi a orquestra filarmônica de Viena.