Atuação das Emissoras Públicas em Ambientes de Comunicação Online: possibilidades e limites

 

 

 

[Resumo Expandido]

 

 

Atuação de emissoras públicas em ambientes de comunicação online:
possibilidades e limites no caso da radiodifusão sonora

 


Ariane Gomes Lamarão [1]
Elton Bruno Pinheiro [2]

 

1 Objetivos propostos no Plano de Trabalho

 

O plano de trabalho “Atuação de emissoras públicas em ambientes de comunicação online” estabeleceu como objetivos centrais o mapeamento, registro, compreensão e elucidação de aspectos significativos da atuação de emissoras públicas brasileiras de rádio em redes de comunicação online contemporâneas. Partiu-se da premissa de que a integração do serviço de radiodifusão sonora pública do país nesse tipo de “ambiente mediático sociodigital” (PINHEIRO, 2019) contribui para o processo de legitimação e sustentabilidade social dessas emissoras junto às(aos) cidadãs(ãos) brasileiras(os). Considerando razões vinculadas às próprias condições de origem/história das emissoras e visando a representação de diferentes regiões do país, delimitou-se como corpus de análise as rádios da Empresa Brasil de Comunicação – EBC (Nacional da Amazônia, Nacional do Alto Solimões, Nacional do Rio, Nacional de Brasília AM, Nacional de Brasília FM, MEC AM, MEC FM), da Fundação Padre Anchieta, de São Paulo (Cultura Brasil e Cultura FM) e da Fundação Piratini, do Rio Grande do Sul (FM Cultura), focando, especificamente, a atuação destas nas redes Facebook, Instagram e Twitter. Ao adotar como metodologia da “observação direta” desses “casos múltiplos”, proposta por Yin (2015), os objetivos mais específicos do plano de trabalho foram: a) Mapeamento e registro das redes de comunicação online em que estão presentes/atuam as rádios públicas estudadas; b) Análise geral de qualidade da performance das emissoras em tais redes; c) Análise das suas ações de convergência nestes ambientes.

 


2 Síntese dos Resultados Obtidos

 

Quanto aos resultados, em síntese, a pesquisa registrou:


Do mapeamento e registro das redes de comunicação online das rádios:

 

  • Conexões observadas: as emissoras analisadas atuam de forma descontínua e/ou desarticulada nas três redes (Facebook, Instagram e Twitter).
  • Especificidades observadas: no caso da EBC, as Rádios nominadas como Nacional (Rio de Janeiro, Brasília AM, Brasília FM, Alto Solimões, Amazônia) passaram, desde outubro de 2019, a ter perfil único no Facebook e no Twiiter – @radionacionalbr.
  • Regularidades observadas: todas as emissoras da EBC, FPA e FPi estão presentes na rede Facebook e no Twitter. No Twitter, todas as Instituições têm pelo menos uma emissora com páginas abertas com conteúdos descontínuos/desatualizados (EBC: Rádio MEC AM; FPA: Rádio Cultura FM; FPi: Rádio FM Cultura). Todas as emissoras têm mais número de seguidores na rede Facebook, seguido do Twitter e, por último, do Instagram.
  • Irregularidades observadas: as Rádios da EBC nominadas como Nacionais (Rio de Janeiro, Brasília AM, Brasília FM, Alto Solimões, Amazônia), assim como as emissoras da FPA (Cultura FM e Cultura Brasil) não estão presentes no Instagram.
  • Heterogeneidades observadas: um aspecto que marca uma diferença na presença/atuação das emissoras das redes analisadas é que emissoras mais antigas (fundação) entre elas as Rádios MEC AM (de 1923/1936) e a MEC FM (de 1983), ambas da EBC, e as da FPA, Cultura Brasil (de 1936) e Cultura FM (de 1977), são as que agregam número mais expressivo de seguidores no conjunto de suas redes de comunicação online.

 

Da qualidade da performance das emissoras nas redes de comunicação online:

As emissoras prestam-se, quase que exclusivamente, à mera reprodução dos conteúdos de outros tipos de ambiente mediáticos, notadamente, dos seus sites, isto é, em sua maioria, não produzem conteúdos específicos para as redes.

 

Das ações de convergência nas redes de comunicação online:

Em estágio incipiente diante das possibilidades técnicas disponíveis. As rádios analisadas focam em visibilidade, mas sem estratégias, integradas, planejadas/definidas.

 


Clique aqui para observar quadros com os dados coletados sistematizados.

 


Referências

 

KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Revista Psicologia & Sociedade. Rio de Janeiro, 2007.

PINHEIRO, Elton Bruno Barbosa. Radiodifusão sonora pública do Brasil: o processo de conformação do serviço e os desafios de sua integração no ambiente digital. 2019. 545 f., il. Tese (Doutorado em Comunicação) —Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

 

 

[1] Graduanda em Comunicação Social – Audiovisual pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Bolsista PIBIC/FAPDF no Projeto “Atuação de emissoras públicas em ambientes de comunicação online: possibilidades e limites. Integra o Núcleo de Estudos e Produção Digital em Linguagem Sonora (NEPLIS), do Laboratório de Áudio da FAC/UnB e o Grupo de Estudos Observatório da Radiodifusão Pública na América Latina (CNPq/FAC/UnB). 

 

[2] Orientador do Trabalho. Professor Adjunto da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Doutor em Comunicação e Sociedade pelo PPGCom da FAC/UnB. Pesquisador dos Grupos: Observatório da Radiodifusão Pública na América Latina (CNPq/FAC/UnB) e Acesso Livre (CNPq/IL/UnB). Líder do Núcleo de Estudos e Produção Digital em Linguagem Sonora (NEPLIS), do Laboratório de Áudio da FAC/UnB.